Mas como assim?
A Philips queria um disco de 11,5 centímetros, enquanto a Sony apostava num formato de 10. Ambos eram o suficiente para acomodar os vinis da época, e o modelo da Sony era capaz de armazenar 60 minutos de música em estéreo em 16 bits com frequência de 44,056 Hz.
Mas isso não era o bastante. Quem disse isso foi Norio Ohga. Ohga era um homem furioso com o áudio da época. Ele era um cantor de ópera quando ouviu pela primeira vez um gravador de fitas da Sony e enviou à empresa uma carta criticando a qualidade do som. Recebeu uma oferta de emprego, e sua influência foi tão grande que ele chegou a ser presidente da Sony nos anos 80. Mas naquela época ele apenas supervisionava o projeto e exigiu que o formato do CD fosse capaz de tocar a Nona Sinfonia inteira.
De acordo com a Philips, a “performance mais longa conhecida tem duração de 74 minutos [...] uma gravação em mono feita durante a Bayreuther Festpiele em 1951 e conduzida por Wilhelm Furtwängler.” 60 minutos não aguentaria isso, então ficou decidido que o ideal eram 74 minutos – 12 centímetros.
Pelo menos é isso que algumas pessoas dizem. Outros dizem que foi o famoso maestro austríaco Von Karajan que teria pedido para o formato suportar a Nona Sinfonia inteira. Von Karajan foi fundamental para tornar o formato conhecido entre os audiófilos, e teria colocado essa condição em troca de seu apoio.
No entanto, de acordo com a Wikipédia, o chefe de engenharia da Philips, Kees Immink, disse que a escolha pelos 12 centímetros foi por conta da neutralidade do tamanho. Nem da Sony, nem da Philips. Mas nisso, meus amigos, eu não acredito. Eu prefiro acreditar que foi o alemão maluco e o japonês nervoso que criaram os 74 minutos.