No fim das contas, os organismos descobertos naquele hostil lago californiano não eram mesmo grande coisa. Mas sem problemas – pelo menos eles descobriram algo interessante. Mas não tão interessante quanto isso: o Dr. Richard Hoover, um astrobiólogo do Space Flight Center da NASA, diz ter encontrado vida alienígena.
Vida alienígena de verdade. Nada de extremófilos terráqueos ou insinuações de novas formas de construção de vida que na verdade são apenas poeira nas lentes de um microscópio. Vida mesmo, e fora da Terra.
Se o relatório do Dr. Hoover se segurar contra uma análise mais minuciosa pela comunidade científica, poderemos, enfim, dizer: não estamos sozinhos.
De fato, se o relatório do Dr. Hoover se mostrar correto após tanta análise dos seus colegas, a vida como conhecemos pode ser na verdade bem comum e tediosa no grande esquema do universo.
Descoberta rara, vida comum
Então o que, exatamente, o Dr. Hoover descobriu? Algo bem impressionante: contidos dentro de nove meteoritos extremamente raros, chamados Condritos Carbonáceos CI 1, ele descobriu o que ele acredita serem fósseis de bactérias comuns que são ao mesmo tempo bastante similares e completamente diferentes do que existe no nosso planeta. Além de serem extremamente raros, esses meteoritos também são alguns dos mais raros do nosso sistema solar.
“A parte emocionante é que eles são em muitos casos reconhecíveis e podem ser associados de maneira muito próxima com as espécies genéricas aqui da Terra”, disse Hoover em uma
entrevista com o Yahoo News. Alguns dos fósseis, porém, são bastante estranhos. “Há alguns que são simplesmente muito estranhos e não se parecem com nada que eu tenha conseguido identificar; eu os mostrei para muitos outros especialistas, que também não acharam nada.”
Mais especificamente, Hoover alega ter descoberto traços de filamentos e restos de organismos similares a algas chamados cianobactérias. Outro achado foi similar a uma bactéria chamada Titanospirillum Velox, que seria bem parecida com o que se encontra na Terra e pouco digna de nota, não fosse por um detalhe importante: a ausência de nitrogênio.
Esta diferença é importante, já que a falta de nitrogênio indica que as amostras são “os restos de formas de vida extraterrestres que cresceram nos corpos pais de meteoritos quanto a água líquida estava presente, bem antes dos meteoritos entrarem na órbita da Terra”, disse ele.
Uma validação e tanto
Hoover tem sido incrivelmente aberto quanto ao seu trabalho. Como dito anteriormente, a minuciosa análise por parte da comunidade científica já se iniciou, começando por 100 especialistas que começaram a dissecar o trabalho antes da sua publicação oficial. Um convite mais amplo e geral foi enviado a outros 5000 cientistas, tornando este um dos trabalhos científicos mais analisados da história. Esta análise e validação é algo bom, já que Hoover já fez afirmações similares sobre outros meteoritos que acabaram não se confirmando.
Se as descobertas forem validadas, no entanto, o jogo muda fortemente. Não apenas não estaremos sozinhos no universo, como seremos na verdade bastante comuns. [Yahoo News, The Guardian]
Atualização: já há contra-afirmações dizendo que o trabalho é uma piada.
Atualização 2: O Bad Astronomy, um blog que eu leio por considerar o autor inteligente e os seus comentários muito pertinentes,
joga mais uma pá de cal na notícia. Que pena.