Apesar do caos aéreo que toma conta da Europa, devido às cinzas provocadas por um vulcão da Islândia, abre ao público nesta segunda-feira (19), e segue até o dia 23, a tradicional Feira Industrial de Hannover. A organização do evento divulgou nota afirmando que a programação de atividades está mantida.
São previstos para esse ano 4.821 expositores em uma área de mais de 154 mil metros quadrados. Mais de quatro mil inovações serão apresentadas, além de novas exposições, materiais e tendências do mercado industrial.
A exposição MobiliTec faz sua estreia na feira e será dedicada à mobilidade elétrica, tema determinante para o futuro, que já atrai a atenção de diversas empresas. Já a CoilTechnica, também nova integrante do portfólio de nove exibições que compõem a Hannover Messe 2010, reunirá produtores de bobinas, transformadores e motores elétricos e acontecerá a cada dois anos, possibilitando que expositores de vários países tenham seus produtos e serviços representados no mais importante evento de tecnologia do mundo.
Parceira oficial da feira este ano, a Itália levará 300 empresas à Hannover reunidas sob o tema Mobilidade Sustentável enfatizando conhecimentos tecnológicos do país no desenvolvimento de sistemas de transporte de baixa emissão. A Itália realizará ainda, durante a Hannover Messe 2010, o Seminário A Arte da Sustentabilidade: Criatividade – Competência – Excelência.
Nos dias 20 e 21 de abril, o setor energético internacional se encontrará no World Energy Dialogue, evento integrante da feira, que este ano discutirá o mix de energias do futuro e soluções de fornecimento energético.
O colunista do Jornal do Comércio Affonso Ritter envia, diretamente de Hannover, as últimas informações sobre o evento. Na coluna de hoje, ele narra os impactos do efeito causado pelo vulcão na feira e informa que a participação da comitiva de empresários brasileiros, coordenada pela Fiergs, foi cancelada.
Cinzas sobre a feira
As cinzas do vulcão pousaram também sobre a feira de Hannover, que nesta segunda-feira de manhã abre as portas de sua 64ª edição, com muitas interrogações, decorrentes do caos aéreo europeu, quase inviabilizando a chegada de expositores e visitantes, de fora da Europa. Mas a decisão de realizá-la, apesar disso, foi tornada pública neste sábado pela direção, alegando que 85% dos 4.821 estandes previstos já estavam montados e que os expositores atrasados por causa do caos poderão montar os seus ainda na segunda e terça-feira com a ajuda dos técnicos. Quanto aos visitantes, na feira passada, de 2009, eles foram 210 mil, vindos de 80 países, 70% deles da Europa, 19% da Ásia e 7% da América. Cancelada a missão de empresários brasileiros, coordenada pela Fiergs, o Brasil estará pouco representado nesta feira, ao contrário do programado.
A mobilidade
Curiosamente, uma das novidades da feira deste ano é a mobilidade. Ela até ocupa um pavilhão sob o nome de Mobilitec, dedicada à mobilidade elétrica e cujas ações se baseiam no Plano de Desenvolvimento da Eletromobilidade, adotado pelo governo alemão, unindo todos os setores: da pesquisa ao lançamento comercial.
Aeroporto deserto
Impressionante a imagem que este colunista teve no aeroporto deserto de Hannover neste domingo, véspera do início da Feira Industrial, quando ele vive fervilhando de gente vinda de todo o mundo. Todos os equipamentos parados, e alguns “gatos pingados”, parte deles em busca de informações sobre voos.
Sem malas
Os passageiros da Lufthansa que chegaram no último voo à Europa sexta de manhã continuam sem malas. A empresa os reteve em Munique e informou que só neste domingo à noite elas embarcaram em caminhão devendo chegar a Hannover na segunda ao meio-dia, para serem entregues depois. Quando? Ninguém sabe.
Menos orgulho
O caos aéreo da Europa, decorrente da nuvem de cinzas do vulcão islandês, é também uma lição para lembrar ao homem sua insignificância diante da natureza e de Deus. O que uma simples nuvem pode provocar contra anos de pesquisas, estudos e inventos. Aliás, a natureza está provocando muito o homem neste ano.
Desvio do avião na última meia-hora
O vôo 507 da Lufthansa, indo de São Paulo, quinta-feira à noite, dia 15, para Frankfurt, foi desviado de sua rota, na última meia-hora da chegada, para o aeroporto de Munique, sob a justificativa da até então desconhecida nuvem de cinza do vulcão islandês. Era o único da Alemanha aberto para receber um avião como o do voo 507, um Boeing 747-400. Chegados em Munique, os passageiros com conexão, como este colunista, foram orientados a se comunicarem com o pessoal de terra da companhia. Ultrapassadas as filas que se formaram, eles receberam um voucher para ser trocado por um ticket do trem. Então, em vez de uma hora de avião para Hannover, foram quatro de trem, mas sem malas, que ficaram retidas no próprio avião, e sem reserva de lugar, amontoando a todos os que coubessem nos vagões. As malas até este domingo à noite ainda não haviam chegado no destino.
Fonte: Uol
Feira Industrial de Hannover 2010
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